Outubro Rosa – prevenção contra o câncer de mama
30 de outubro de 2019
O movimento Outubro Rosa surgiu nos Estados Unidos, ainda na década de 1990, com o objetivo de incentivar a participação da população na causa do câncer de mama. Desde então, todos os anos no mês de outubro são realizadas inúmeras ações na sociedade para compartilhar informações sobre a doença, promovendo a conscientização e a importância do diagnóstico precoce.
Conforme dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca – Ministério da Saúde), o câncer de mama é o segundo tipo de câncer mais comum nas mulheres brasileiras, correspondendo a 25% do número total de doenças cancerígenas detectadas por ano no público feminino. E, em porcentagem menor, o câncer de mama também afeta os homens.
Para o Dr. Maximiliano Cassilha Kneubil, mastologista do Instituto do Câncer do Hospital Tacchini de Bento Gonçalves (RS), no Brasil o câncer de mama tem o seu quadro agravado, na maioria das vezes, pelo fato de o diagnóstico ser feito numa fase tardia da doença. O médico complementa: “A detecção precoce de câncer de mama de tumores pequenos não palpáveis permite um tratamento conservador menos mutilante e com maior qualidade de vida, determinando a cura da doença em cerca de 95% dos casos, muitas vezes sem a necessidade de quimioterapia.”
Sinais e sintomas da doença
Nos casos iniciais e em tumores bastante reduzidos, abaixo de 1cm, muitas vezes não há nenhum sinal ou sintoma, e o diagnóstico é realizado pela mamografia. Em estágios mais avançados, o Dr. Maximiliano alerta para os principais sintomas: presença de nódulo único endurecido, irritação ou abaulamento de uma parte da mama, inchaço de toda ou parte de uma mama (mesmo que não se sinta um nódulo), edema (inchaço) da pele, eritema (vermelhidão) na pele, inversão do mamilo, sensação de massa ou nódulo em uma das mamas, sensação de nódulo aumentado na axila, espessamento ou retração da pele ou do mamilo, secreção sanguinolenta ou serosa pelos mamilos, inchaço do braço e dor na mama ou mamilo.
Diagnóstico
Quando detectado na sua fase inicial, o câncer de mama tem grandes chances de cura, a partir de um tratamento positivo e bem aceito. Por isso, é fundamental que cada mulher conheça o seu corpo e pratique o autoexame. Além disso, é muito importante que as mulheres façam exames periódicos, incluindo a mamografia, que deve ser realizada regularmente em mulheres com idade acima de 40 anos. Segundo o Dr. Maximiliano esse método de rastreamento é, atualmente, o mais eficaz para o diagnóstico precoce do câncer de mama, podendo reduzir a mortalidade em aproximadamente 30% nos casos estudados.
Quando há o diagnóstico positivo do câncer de mama, o Dr. Maximiliano enfatiza a importância de o paciente assumir uma postura otimista em relação ao tratamento, atitude que é tão importante quanto a cirurgia ou a quimioterapia. Atualmente, com a medicina avançada e as terapias-alvo, a chance de cura é bastante elevada. Além disso, é importante cercar-se de uma equipe multidisciplinar com competência reconhecida, que engloba médicos, nutricionistas, fisioterapeutas, psicólogos e equipe de enfermagem, para um tratamento completo e satisfatório.
Cuidados e prevenção da doença
Manter o peso corporal equilibrado é um ponto positivo que possui efeito protetor sobre o risco do câncer de mama, pois, conforme aponta o Dr. Maximiliano, a obesidade em mulheres na pós-menopausa é considerada um fator de risco para a progressão da doença. Ao mesmo tempo, na pré-menopausa o excesso de peso não está relacionado ao aumento do risco de câncer de mama. Além da prática do rastreamento, existem algumas práticas saudáveis que, quando adotadas como hábito, podem reduzir a probabilidade do desenvolvimento do câncer de mama, como por exemplo: praticar atividade física, ter uma alimentação saudável, evitar o consumo de bebidas alcoólicas e praticar a amamentação.
Há estudos que correlacionam a prática do exercício físico com o câncer de mama, apontando que 4 a 7 horas de exercício por semana podem vir a diminuir o risco do aparecimento do câncer de mama em até 20%, independente da fase menopausal. Outro fator que pode ser associado ao câncer de mama é o consumo de bebidas alcoólicas, sendo que alguns estudos apontam que a cada 10 gramas de álcool consumidos continuamente há um aumento de 10% no risco de desenvolvimento da doença.
E há também a relação com o tabagismo, prática amplamente estudada como fator de risco para câncer de pulmão, câncer de cabeça e pescoço, câncer de pâncreas, câncer de estômago e câncer de bexiga. Os estudos recentes também têm associado o aumento do risco do câncer de mama em pacientes que fumam um maço de cigarros por dia há pelo menos 10 anos.
Assim, o Dr. Maximiliano Cassilha Kneubil afirma que hábitos de vida saudáveis como exercícios físicos regulares, não fumar, manter o controle de peso e uma dieta equilibrada estão diretamente relacionados à diminuição do risco do câncer de mama. Essas são práticas que devem ser adotadas para a vida toda, pois apresentam inúmeros benefícios. “Manter uma vida saudável faz bem para saúde física e mental”, aponta o Dr. Maximiliano.
Outubro Rosa na Bentec
No dia 24 de outubro as mulheres da Bentec participaram de uma palestra sobre conscientização e prevenção do câncer de mama, ministrada pelo Dr. Maximiliano Cassilha Kneubil e pelas enfermeiras Keitiane Belleboni e Natiele Varalo, por meio do Instituto do Câncer do Hospital Tacchini de Bento Gonçalves (RS).
Na ocasião, as mulheres puderam compreender mais informações sobre a doença e esclarecer dúvidas, estando alertas à importância do autoexame e dos cuidados preventivos para garantir o diagnóstico precoce e ter uma vida com melhor qualidade.
FONTES:
<https://www.inca.gov.br/campanhas/outubro-rosa/2015/cancer-de-mama-vamos-falar-sobre-isso>
<http://www.saude.gov.br/saude-de-a-z/cancer-de-mama>