Ambientes diferenciados para bebês, crianças e adolescentes
20 de novembro de 2020
Os móveis planejados possibilitam a execução de projetos únicos e especiais em todos os ambientes da casa. Quando há crianças e/ou adolescentes, eles merecem um espaço pensado para suas necessidades e de acordo com o seu crescimento. Assim, pensar nos ambientes levando em conta a perspectiva infantil/jovem exige dos profissionais de arquitetura e design a exploração da criatividade para oferecer soluções únicas.
A arquiteta Roberta Gagliano comenta que, na maioria dos casos, a criança ou adolescente não participa da conversa que gera o briefing para o projeto, mas ainda assim é importante compreender ao máximo suas características de perfil, hobbies e necessidades. Saber, por exemplo, se a criança pratica algum esporte, se tem algum brinquedo preferido, e como ela armazena seus pertences são informações importantes e que podem ser obtidas pelo diálogo com os pais ou com a própria criança, dependendo da idade. “No caso dos bebês, especialmente, é importante levar em consideração o uso do ambiente pelos pais, para planejar espaços adequados. Tudo tem que estar muito prático para os pais utilizarem”, afirma Roberta.
Independente do projeto é importante prezar pelo conforto, funcionalidade, ergonomia e design adequado para a habitação de crianças e adolescentes. A anatomia infantil é outro ponto que merece atenção, visto que as crianças e adolescentes estão em constante transformação, e os móveis precisam se adaptar facilmente para suprir as necessidades de cada fase desse público. Além disso, o cuidado com os acabamentos e acessórios para que não ofereçam nenhum risco de queda ou machucado também tem extrema importância, visto que tanto as crianças como os jovens costumam ser bem ativos e, dependendo da idade, seus movimentos livres fazem com que estejam mais suscetíveis a esse tipo de “acidente”. Por exemplo, acessórios não pontiagudos e bordas arredondadas são boas opções para esses ambientes.
Outros itens como cores e iluminação também devem ser levados em conta na hora de criar ambientes customizados para crianças e adolescentes. Em entrevista concedida para a Habitus Brasil em 2017, o diretor comercial da Cia do Móvel comentou que: “Hoje, a escolha de móveis e acabamentos passa pela ideia de manter o quarto atual, criando versões que acompanham o desenvolvimento da criança, dando opções de uso que dispensam a compra de novos itens por um tempo maior. Além de um quarto aconchegante e seguro, é importante que ele seja prático, com os produtos necessários para cuidar da criança sempre à mão”.
Tal citação mantém-se válida nos dias atuais, onde a preocupação com os espaços infanto-juvenis vai desde o móvel para lazer e aprendizado, por exemplo, até a escolha do berço ou cama adequados. Assim, versatilidade, segurança e bem-estar andam juntos no desenvolvimento de projetos para esses jovens moradores. Isso vai ao encontro da observação feita pela arquiteta Roberta Gagliano, de que é preciso levar em consideração o acesso dos pais e da própria criança/adolescente nesse espaço.
Para criar um cenário que possa ser facilmente modificado para acompanhar a evolução da criança ao longo do tempo, Roberta sugere a utilização de linhas retas e materiais neutros, como os acabamentos Névoa, Corda e Branco para a base do projeto, e alguns detalhes com tonalidades coloridas. Se esses detalhes estiverem presentes na decoração ao invés da marcenaria será mais fácil ainda transformar o ambiente para uma nova fase. Alguns acessórios também podem facilitar essa projeção para o futuro, como os cabideiros, sapateiras e outros itens que possam sanar a necessidade atual e, ao mesmo tempo, ser adaptados para o futuro do bebê, criança ou adolescente.
Tem-se também o desafio de planejar móveis que fiquem coerentes com os demais espaços da casa. É interessante que todo o ambiente tenha uma harmonia. Não é preciso necessariamente ter o mesmo estilo ou as mesmas cores, mas algum ponto de conexão. “É claro que projetos para bebês, crianças e adolescentes exigem uma composição um pouco mais lúdica, mas é importante manter um material base de acordo com o restante da casa, para não causar um choque visual e estranheza. É possível trabalhar com coisas diferentes, mas que tenham uma conexão”, afirma Natalia Guarçoni, arquiteta.
FONTE:
https://habitusbrasil.com/cia-do-movel-design-mobiliario-infantil/